FILME: NISE, O CORAÇÃO DA LOUCURA

1:32 AM


Sinopse: 
Nise é uma psiquiatra que foi afastada do hospital onde trabalhava e logo quando retornou viu no que o hospital estava sendo transformado, então decidiu que seria hora de agir. Os médicos queria fazer tratamentos com lobotomia (retirar partes do cérebro) e/ou eletrochoque. Só que a médica não concordava com esse método de tratamento, pra ela os pacientes, na verdade, clientes deveriam ser tratados como pessoas e não como um animal de experimentos.

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O que eu achei sobre o filme? (Contém spoiler)

Eu achei incrível a fotografia, a trilha sonora do filme, as atuações foram impecáveis! A movimentação de câmera foi sensacional, porque ela não ficava parada como se estivesse num tripé pra dar aquele tom de perfeição. O tempo todo havia movimentação, creio eu, pra demonstrar a visão que é estar num hospício, o caos, a imperfeição. Salvo momentos que utilizaram de mini grua, gleadcam e essas coisas pra dar uma movimentação suave.



Em dois momentos eu percebi esse tipo de movimentação. Quando eles começaram a pintar os quadros e o Carlinhos (eu acho que era ele) tava pintando olhando pela janela e a Nise fala um pouco da história dele, que antes dele ir pra lá ele viu deus nos feixes de luz, enquanto ele pintava algo parecido com vitral. O outro momento foi quando os quadros deles foram para uma exposição que precisou da câmera com uma movimentação mais suave enquanto a trilha tocava bem leve. Com certeza houve outros momentos em que esse modo mais estável da câmera apareceu, mas foram esses dois momentos em que eu percebi.

Há uma cena bem marcante que é o paciente Fernando, depois que a Nise descobre um pouco mais sobre a história dele - na qual ele havia surtado logo após uma paixão dele ter se casado, uma moça que sempre tocava piano, era filha da patroa da mãe dele. Então a médica resolveu introduzir músicas junto das pinturas. O curioso foi que nessa cena mostra uma penumbra maior e parece que só está ela e o Fernando na sala e aparece uns sons bem esquisitos de como se fosse a voz dele mesmo e parece que ele estava falando coisas sem sentido, mas depois de analisar bem parecia uma memória dele que foi ativada e ele meio que acordou pra realidade dele.


Uma cena que eu achei muito forte e a atuação deles incrível foi quando os cachorros foram mortos pelos outros médicos e deixaram eles lá para os pacientes verem. Já não bastasse a ideia de tirar os cães dos pacientes que estavam completamente apegados, ainda matar e deixar para que eles vissem ainda?! E logo em seguida eles levam um dos pacientes que feriu um enfermeiro (o que tinha dado o cachorro pra ele). "Pra que deu se ia tirar?" E bateu na cabeça do enfermeiro com uma pedra. Os médicos levaram ele para o tratamento radical. A Nise tentou reverter essa situação, mas já era tarde demais. Então mostra uma cena em que a câmera começa com um plano aberto e ela dentro da sala onde eles pintavam, ela estava sentada na mesa e a câmera cada vez mais aproximando-se dela. De repente há um grito do lado de fora e então ela começa a gritar e bater na mesa, sozinha, sentida pelo paciente e por estar totalmente sem o que fazer para ajudá-lo, completamente inútil. Logo depois corta pra ela no sofá com o marido dela chorando e um de seus gatos sobe no sofá para confortá-la.



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Eu gostei tanto desses detalhes técnicos quanto da história. Pra época que o machismo era ainda maior do que hoje, uma mulher revolucionar a medicina de forma mais humana, não tratar pacientes com violência e sim os deixando livres pra criar e se abrir para poder melhorar.

No filme eles começam a pintar e desenhar coisas muito abstratas, pois era o que eles estavam sentindo naquele momento, a mente estava uma confusão tão grande que só saíam coisas abstratas. Então com o passar do tempo os desenhos tomam formas geométricas, ou seja, as coisas começam a se ajeitar e então começam desenhos de salas, paisagens, tudo toma forma e inclusive um paciente consegue voltar para casa.

Um filme emocionante e que vale muito a pena ver.


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