Algum tempo depois...
De olhos fechados e completamente perdida em meus pensamentos, pensando no que eu havia feito de errado, eu queria saber se ele ainda gostava de mim. Ao mesmo tempo que me sinto culpada, sinto que estou cansada, porque me culpo de não ter dado meu coração completamente a ele quando eu deveria, e agora eu só penso em consertar o meu erro só para poder estar com ele, mas parece que, as vezes, ele é indiferente.
Esses pensamentos fizeram com que meu coração acelerasse e senti uma pontada de dor. Olhei para suas fotos, lembrando do seu sorriso, seu olhar e seu abraço. Me senti doente por dentro, era o meu coração de novo.
Foi quando o telefone tocou, tremi por dentro eu senti que me faltava o ar. Era ele me ligando.
- Alô? - disse, tentando controlar minha voz que estava quase trêmula.
- Ei meu amor, tudo bem? - Sua voz era doce, num tom carinhoso.
- É, eu estou bem e você?
- Também. Nós podemos nos encontrar agora?
Não sei, pensei. Talvez fosse uma boa hora para poder resolver todas essas perguntas loucas de minha cabeça.
- Tudo bem, onde?
- Vamos nos encontrar no lugar de sempre, tudo bem?
- OK, nos vemos...
- Daqui duas horas.
- Sim, daqui a duas horas.

Quando cheguei lá, fui para o lugar onde ele me levou pela primeira vez, e também onde aconteceu o nosso primeiro beijo em frente à maravilhosa torre. Enquanto esperava a chegada de Maurice, fiquei contemplando a torre Eiffel. Eu sabia que ele demoraria, porque eu havia chegado meia hora antes do combinado para pensar no que e como diria para ele. Mas não aproveitei muito de meus trinta minutos sozinha, ele chegou uns quinze minutos depois, talvez ele tivesse pensado em relembrar a nossa primeira noite ali.
Ele se aproximou de mim com aquele sorriso lindo que me encantava toda vez que eu o via, fez com doesse mais o meu coração. Ele me abraçou e me beijou, e como eu amava seus lábios nos meus.
- Você está linda Sophie.
- Você sempre diz isso. - Disse num tom seco.
- O que houve?
- Nada. - Como assim nada? Você vai ser covarde agora? Não vai conseguir dizer nada? Não, nada você ja disse! Eu preciso dizer pra ele como estou me sentindo.
Ele mexeu numa mecha de meu cabelo e depois acariciou minha bochecha.
- Fala pra mim o que tem te chateado.
- É só que, você fala comigo quando te falta opção, se não for, é o que parece. Só fala comigo no fim de noite, quando é hora de você está indo dormir. Eu pensei que você fosse diferente, você me disse que era diferente. Ok, você é diferente em alguns -muitos- pontos, mas em outros é igual a todos os caras. - Disparei todas as palavras em cima dele, sem escolher muito cada uma delas. Percebi que tremia um pouco. Sua expressão era pensativa.
- Eu gosto de você, muito. - Ele disse com olhos tristes.
- Eu não duvido que goste de mim, mas sinto que é apenas amizade. Eu gosto de você de verdade, e isso está começando a me machucar. Estava disposta a consertar tudo, mas parece que você não quer ver o que eu tenho feito. Eu queria que fosse como antes, quando você sempre falava comigo, quando estava disposto a me conquistar. Eu gostei de você desde a primeira vez que eu te vi no Les deux magots. Mas se você não gosta mais de mim, não precisa ficar comigo, não quero piedade e sim amor. Porque isso vai me deixar muito mais triste do que se você disser que quer ser só meu amigo - fiz uma pausa, e uma lágrima escorreu de cada um meus olhos. - Nós podemos ser amigos, mas não agora, temos que esperar um tempo, porque eu ainda quero você. Eu ainda gosto de você, de verdade.
Ele olhou no fundo dos meus olhos, foi então que pensei ele fosse me dizer algo como, está tudo acabado, mas ele enxugou minhas lágrimas e me abraçou bem forte.

Part I: Sophie e Maurice

2:50 am